No dia 17 de junho, o Salão de Atos da URI Câmpus de Santiago deixará de ser apenas um auditório e será espaço de escuta, reflexão e ação. Um ambiente onde promotores de justiça, educadores e representantes de instituições se reúnem para discutir um tema urgente: a escalada da violência extrema entre jovens e adolescentes, um fenômeno que se alastra como uma pandemia silenciosa e exige algo raro nos dias de hoje: atenção.
Atenção no sentido mais profundo e necessário da palavra. Atenção que pode, literalmente, salvar vidas antes que o gatilho seja puxado, antes que o ódio gerado no isolamento, no extremismo digital ou no bullying das escolas encontre seu alvo.
Nesse contexto, a Promotoria de Justiça Especializada de Santiago, em parceria com o Núcleo de Prevenção à Violência Extrema (NUPVE), convida para a palestra “SINAIS”, que será realizada às 14h, no dia 17/06, no Salão de Atos da URI.
Recém criado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, o NUPVE inicia sua trajetória de forma simbólica: buscando sinais. Sinais que, muitas vezes, se escondem nos gestos silenciosos de adolescentes à beira do abismo, no afastamento da família, a fixação por discursos de ódio, o silêncio que não é timidez, mas um apagamento de empatia.
Num mundo onde todos falam e quase ninguém escuta, às vezes o que salva é justamente a escuta. Foi assim em um caso no interior do estado, quando um adolescente cuja identidade permanece protegida lançou um grito de socorro disfarçado de ameaça. A resposta veio da rede de apoio: escola, família, psicólogos, assistentes sociais e desta vez funcionou.
O procurador Fábio Costa Pereira alerta que não há fórmula, mas há sinais. Um filho que se isola, um aluno que ri de discursos extremistas, um perfil que compartilha teorias violentas. São pedidos de ajuda que chegam disfarçados de provocação.
A URI, como Universidade, abre suas portas para essa importante discussão, como uma ponte entre o saber e a ação, entre o diagnóstico e a transformação. O Projeto SINAIS vem, não como mais uma campanha bonita, mas como um antídoto. Um chamado à vigilância ativa para que, pais, professores e colegas estejam atentos. Porque a próxima tragédia pode ser evitada. E isso começa pelo olhar.
No dia 17, o palco será dividido entre o promotor Márcio Abreu Ferreira da Cunha e o procurador Fábio Costa Pereira. A plateia será composta por todos que preferem agir antes que alguém querido vire estatística. E a pergunta que ecoa é direta: é possível frear essa epidemia de violência antes que ela exploda?
Talvez sim. Mas só se começarmos agora.
Porque, no século da distração, o ato mais revolucionário pode ser simplesmente prestar atenção.
Fonte: Ana Paula Ribas Kemerich/ NUCOM
