Nutrição

Como enfrentar a resistência das crianças a verduras e legumes?

Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) alerta para a importância da alimentação nos primeiros mil dias de vida, etapa fundamental para o estabelecimento de hábitos alimentares ao longo de toda a vida

Foto: Divulgação

A introdução de hábitos alimentares saudáveis na infância é um fator crucial para o desenvolvimento e a saúde a longo prazo das crianças, especialmente no que se refere à ingestão de verduras e legumes. No entanto, muitos pais enfrentam dificuldades em lidar com a resistência a esses alimentos essenciais. Segundo o pediatra Leandro Nunes, 2º vice-presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), a introdução alimentar gradual e variada é essencial para que a criança se acostume a diferentes sabores e texturas, aprendendo a gostar de uma ampla gama de alimentos.

“Na introdução da alimentação complementar, é importante iniciar com uma diversidade de alimentos, evitar o açúcar nos primeiros dois anos e limitar o sal. Deve-se incentivar o consumo de água nas refeições, preferir frutas em vez de sucos e oferecer alimentos in natura ou minimamente processados. Alimentos com aditivos químicos (ultraprocessados) devem ser evitados na introdução alimentar”, explica.

Além disso, o pediatra destaca que, antes de afirmar que uma criança não gosta de um alimento, é necessário que ela seja exposta a ele pelo menos de seis a oito vezes.

“Se oferecer brócolis e ela recusar, tente novamente em dois dias. A papila gustativa precisa se adaptar ao sabor. No entanto, se continuar a rejeitar todos os legumes, pode ser um sinal de que algo mais está acontecendo, sendo importante discutir a questão com o pediatra”, afirma o especialista.

Leandro também ressalta que a prática de uma alimentação saudável na infância é vital para a prevenção da obesidade infantil, considerada hoje uma epidemia.

“No Brasil, uma em cada três crianças apresenta sobrepeso ou obesidade entre os 5 e 10 anos. Quando avaliamos apenas a obesidade, cerca de 17% a 20% das crianças nessa faixa etária são obesas. É importante destacar que a obesidade infantil não é apenas uma questão estética; ela traz repercussões sérias, como o risco de hipertensão arterial e diabetes”, enfatiza.

Caso haja recusa de todos os tipos de vegetais, frutas e alimentos em geral, o médico afirma ser necessária uma atenção especial.

“Reações como ânsia de vômito, choro, medo ou virar o rosto podem ser sinais de um distúrbio alimentar pediátrico. Nesse caso, é importante procurar a avaliação do pediatra e, se necessário, de um fonoaudiólogo especializado, pois existem diversas causas e tratamentos para esse tipo de problema”, finaliza.

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