O diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, disse nesta terça-feira (20), em Genebra, que a mpox – independentemente de se tratar da nova variante 1, por trás do surto atual na África, ou da variante 2, responsável pela emergência global em 2022 – não configura “uma nova covid”.
“Sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo”, disse. “Sabemos como controlar a mpox e – no continente europeu – os passos necessários para eliminar completamente a transmissão,” disse.
O diretor regional da OMS lembrou que, há dois anos, foi possível controlar a doença na Europa graças ao envolvimento direto com grupos mais afetados, incluindo homens que fazem sexo com homens (HSH). “Implementamos uma vigilância robusta, investigamos exaustivamente novos contatos de pacientes e fornecemos conselhos sólidos de saúde pública”, detalhou.
“Mudança de comportamento, ações não discriminatórias de saúde pública e vacinação contra a mpox contribuíram para controlar o surto [em 2022]”, disse. “Mas, devido à falta de compromisso e de recursos, falhamos na reta final”, alertou, ao citar que a Europa registra, atualmente, cerca de 100 novos casos da variante 2 todos os meses.
RS confirma 5 casos de mpox: doença de emergência sanitária global
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS) confirmou cinco novos casos de mpox
O paciente, um homem que esteve em São Paulo em julho, foi contaminado pela cepa anterior do vírus, diferente da nova variante Clade 1b, que é 10 vezes mais letal e levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência sanitária global na quarta-feira, 14 de agosto.
A secretária municipal de Saúde de Passo Fundo, Cristine Pilati, explicou que o diagnóstico foi feito por um laboratório privado, que notificou as autoridades de saúde após a confirmação.
O paciente, que não apresentou complicações, seguiu o período de isolamento recomendado e agora se encontra em bom estado de saúde.
Importante ressaltar que a contaminação não é autóctone, ou seja, a transmissão do vírus ocorreu fora do município.
No momento, não há outros casos suspeitos de mpox em Passo Fundo. Além do caso local, a SES-RS confirmou três infecções em Porto Alegre e uma em Gravataí.
Entre os infectados na capital gaúcha, um é residente de São Paulo e contraiu a doença enquanto estava no Rio Grande do Sul, com origem provável de contaminação no Canadá e no Rio de Janeiro.
O mpox, anteriormente conhecido como “varíola dos macacos,” é uma doença viral inicialmente detectada em humanos em 1970 na República Democrática do Congo.
A transmissão pode ocorrer tanto de animais para humanos quanto através do contato físico próximo com pessoas infectadas. Os sintomas incluem febre, dores musculares e lesões na pele.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2024, o Brasil registrou 709 casos confirmados ou prováveis de mpox, um número significativamente menor do que o pico de mais de 10 mil casos em 2022.
Embora o dado atual seja considerado “bastante modesto,” a pasta adverte sobre a importância de permanecer vigilante.
A vacinação contra mpox no Brasil é destinada a dois públicos: pré-exposição e pós-exposição. Caso apresente sinais ou sintomas da doença, é fundamental evitar o contato próximo com outras pessoas e procurar atendimento médico imediatamente.