Saúde

Teste do Pezinho pode evitar progressão de doenças que levam a óbito

Endocrinologista alerta para aumento de doenças que poderiam ter sido evitadas

Foto: Divulgação

“O objetivo do Teste do Pezinho é diagnosticar precocemente doenças genéticas ou metabólicas que podem levar à deficiência intelectual ou causar graves prejuízos à qualidade de vida e até mesmo levar a óbito neonatal. Ele é extramamente importante. No SUS, este Teste tradicionalmente detectava até seis doenças, mas com o sancionamento da lei 14.154, em algumas poucas cidades, já existe o Teste do Pezinho Ampliado para diagnóstico de até mais do que 50 doenças. Infelizmente, apesar de sancionada a lei há 3 anos, o Brasil ainda não disponibiliza do teste ampliado na maioria de seu território, o que é lamentável”, comenta Dra. Tânia Bachega, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP, que esteve à frente das discussões sobre ampliação da Triagem Neonatal com o Ministério da Saúde.

Segundo ela, mais preocupante ainda é a dificuldade que o teste do pezinho encontra no SUS nas regiões de menor desenvolvimento econômico, faltando insumos, o que leva a atrasos importantes na liberação do resultado “com isto, prevê-se em curto prazo crianças com sequelas, que poderiam ter sido evitadas”, ela acrescenta.

Como é feito o Teste do Pezinho – com uma agulha bem fina, são retiradas gotinhas de sangue do calcanhar do bebê. Elas são colocadas em um papel que é enviado para um laboratório público ou privado habilitado a realizar o teste. O furo é praticamente indolor e o sangue é coletado rapidamente. Deve ser realizado entre o terceiro e, no máximo, quinto dia após o nascimento do bebê.

As maternidades da rede particular fazem a coleta do material. Já no sistema público, isso não acontece em todos os municípios, e os pais precisam ficar atentos ao prazo (até o quinto dia após o nascimento) para levar o recém-nascido a uma Unidade Básica de Saúde para coletar o sangue.

O importante não é somente coletar o sangue, mas também cobrar a liberação rápida dos resultados.

Uma das doenças rastreadas pelo Teste do Pezinho é o hipotireoidismo congênito, caracterizado pela diminuição da quantidade dos hormônios tireoidianos no organismo responsáveis pelo desenvolvimento cerebral da criança. O hipotireoidismo congênito é a principal causa de deficiência intelectual que pode ser prevenida quando o diagnóstico e tratamento são feitos precocemente. Nas crianças não tratadas, as complicações podem ser irreversíveis, como prejuízos no desenvolvimento mental e no crescimento.

Outra doença detectada pelo Teste do Pezinho é a hiperplasia adrenal congênita, que afeta os hormônios essenciais à vida, como cortisol e aldosterona. Sem o tratamento precoce, a hiperplasia adrenal congênita leva o bebê à desidratação grave nos primeiros dias de vida, podendo evoluir para óbito.

O Teste do Pezinho também pode identificar a fenilcetonúria, uma doença rara, congênita e genética, que afeta o sistema neurológico.

Uma vez que o resultado tenha dado positivo para alguma(s) das doenças detectadas pelo Teste do Pezinho, é preciso tirar a prova com um novo teste. A maioria dos recém-nascidos com diagnóstico positivo não manifesta nenhum sinal ou sintoma nos primeiros dias de vida.

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