De forma bem direta: é normal – e bastante comum – que, durante o processo de cicatrização, as feridas causem coceira. Essa sensação é uma resposta natural do corpo, atribuída a fatores fisiológicos.
Vamos, então, entender por que isso acontece? Ter esse conhecimento pode ajudar a lidar melhor com o período de recuperação e a evitar complicações de saúde.
A coceira pode ocorrer devido ao aumento da atividade dos nervos na área afetada: durante a cicatrização, o tecido da pele está em processo de regeneração e os nervos podem ficar mais sensíveis. Este fenômeno é uma parte normal da recuperação, já que a pele está se adaptando para recuperar sua integridade e funcionalidade.
Além disso, a coceira pode ser causada pela liberação de substâncias inflamatórias no local da ferida. Quando está tentando combater uma infecção ou reparar um dano, o corpo libera moléculas que podem estimular as terminações nervosas da pele. Essa resposta inflamatória é crucial para a defesa do organismo, mas pode resultar no desconforto da coceira.
Outro fator importante para a coceira nesse contexto é a secura da pele ao redor da ferida. A pele que está cicatrizando tende a ficar excessivamente seca e, como resultado, mais propensa a coçar. Logo, manter a área hidratada com cremes ou pomadas – sempre sob a indicação de um profissional de saúde – pode ajudar a minimizar essa sensação desconfortável.
Compreendidas as razões, fica o alerta: é muito importante evitar coçar a ferida, pois isso pode levar a complicações, como infecções, e ao prolongamento do processo de cicatrização.
Se a coceira for intensa ou persistente, se for considerada insuportável e estiver tirando a qualidade de vida do paciente, a recomendação é que se consulte um médico o quanto antes. Assim, será possível se assegurar de que a ferida esteja cicatrizando corretamente e, se for o caso de se detectar outras condições que precisem de atenção, tratá-las a tempo de impedir seu agravamento.
Crédito: Dra. Bianca Oliveira (médica hiperbarista especialista no tratamento de feridas): Possui Título de Médica Hiperbarista, é Membro Sócia da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica (SBMH), é Membro Sócia e Fundadora da Sociedade Médica de Oxigenoterapia Hiperbárica do Brasil (SMOHB) e é diretora, médica e CEO da Cicatriclin Hipermed.