O glamour do mundo das celebridades frequentemente oculta os desafios pessoais que muitas figuras públicas enfrentam, entre eles, a alopecia androgenética feminina. Esta condição de saúde capilar, comum entre mulheres, atinge famosas como Xuxa Meneghel, Britney Spears e Naomi Campbell, estando cercada por estigmas e desinformação.
Estudos indicam que cerca de 30% das mulheres experienciam algum grau de perda de cabelo devido à alopecia androgenética ao longo da vida, geralmente manifestando-se após os 30 anos. No entanto, os sintomas podem surgir ainda na adolescência e agravar-se com o tempo.
Características da Alopecia Androgenética
A alopecia androgenética caracteriza-se pela perda progressiva de cabelo, afetando principalmente a região frontal e o topo da cabeça. “É uma condição hereditária, influenciada por hormônios, que pode afetar qualquer mulher, independentemente de sua fama ou sucesso”, explica a Dra. Mariana Scribel, dermatologista renomada em tricologia e CEO da Clínica Scribel, dedicada ao estudo das desordens capilares.
Sinais e Sintomas
Os primeiros sinais incluem o afinamento dos fios de cabelo, progredindo para uma queda perceptível. Celebridades como Deborah Secco e Gretchen trouxeram maior visibilidade ao problema, mostrando que a realidade afeta inúmeras mulheres globalmente.
Apesar da predisposição genética ser um fator considerável, hábitos saudáveis podem influenciar positivamente a progressão da doença. “Adotar uma alimentação rica em nutrientes, evitar o estresse e cuidar delicadamente dos cabelos são práticas essenciais para a saúde capilar”, recomenda a Dra. Mariana. Por outro lado, o uso contínuo de produtos químicos agressivos e ferramentas de aquecimento excessivo deve ser evitado.
Convivendo com a doença
Já na adolescência, a professora Mariana Peixoto Ortega, hoje 43 anos, percebeu o cabelo ficando mais ralo. Mas o diagnóstico veio somente em 2022, quando ela procurou ajuda médica. “Até então, eu não sabia exatamente o que era, qual o nome ou a causa. Procurei o tratamento porque comecei a pensar na menopausa e como o meu corpo reagiria às essas questões hormonais. Pensei que poderia acentuar ainda mais a falta de cabelo e isso me incomodou”, relembra.
Mariana, que também tem uma tia na família com o mesmo diagnóstico, confessa que não se incomoda com a doença em si, mas sim com as pessoas que oferecem fórmulas mágicas. “Faz um chá de folha de goiabeira, é ótimo. Me choca a liberdade das pessoas em falarem do meu corpo dessa maneira invasiva”, explica a professora.
Alopecia nas Sobrancelhas
A perda definitiva das sobrancelhas também é uma queixa comum entre as mulheres. A alopecia pode também comprometer essa região, onde a perda de pelos ocorre por tipos variados de alopecia.
A causa mais comum, segundo a Dra. Scribel, é o excesso de retirada das sobrancelhas, que acaba causando a perda definitiva. Outras duas patologias que podem causar a perda das sobrancelhas são a alopecia areata e a alopecia fibrosante frontal, duas formas específicas de alopecia.
A alopécia areata é uma doença autoimune caracterizada por áreas de perda de cabelo em forma de circúlos. Já a alopecia fibrosante frontal é uma forma de alopecia progressiva e irreversível.
Tratamentos Modernos
Felizmente, a medicina estética moderna provê diversas opções de tratamento para a alopecia androgenética, unindo abordagens tradicionais a inovações tecnológicas. Incluem-se o uso de medicamentos tópicos, orais, tratamentos a laser e até transplantes capilares e de sobrancelhas, oferecendo soluções personalizadas e eficazes. “Cada tratamento deve ser adaptado ao paciente, respeitando as particularidades de cada pessoa para otimizar os resultados”, ressalta a Dra. Scribel.
