O custo da Cesta Básica em Santiago apresentou uma alta de 1,59% entre setembro e outubro, passando de R$ 696,42 para R$ 707,46. Embora o aumento geral seja moderado, a pesquisa desenvolvida pelo Curso de Administração da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) Câmpus de Santiago, mostra que os preços individuais dos itens revelam importantes oscilações, especialmente entre os produtos frescos.
O mês registrou variações expressivas: o tomate teve a maior alta, com +26%, seguido da batata inglesa (+10%). Também apresentaram elevação o óleo (+6%), a banana caturra (+4%) e a manteiga (+4%), pressionando o orçamento das famílias.
Em contrapartida, alguns itens registraram quedas e ajudaram a amenizar o impacto total da cesta. O leite integral teve a maior redução, –9%, seguido pelo pão francês e pelo feijão preto, ambos com –7%. O arroz recuou –6%, enquanto a farinha de trigo caiu –3% e o café moído apresentou leve queda de –2%.
Essas oscilações revelam um cenário misto: hortifrutis em alta e alimentos básicos em queda, o que ajuda a equilibrar parcialmente o custo final, mas ainda aponta para um ambiente de instabilidade no mercado local — especialmente nos produtos mais sensíveis às variações climáticas e logísticas.
Considerando uma jornada de 220 horas mensais, o trabalhador santiaguense precisou dedicar aproximadamente 110 horas para comprar uma cesta básica no mês de outubro — quase metade do mês de trabalho, o equivalente a cerca de três semanas de jornada integral destinadas apenas à alimentação.
Com base no custo da cesta e nos parâmetros constitucionais para atender às necessidades de uma família com dois adultos e duas crianças, o DIEESE estima que o salário mínimo ideal em outubro de 2025 deveria ser de R$ 5.943,38 — aproximadamente quatro vezes o valor vigente.
Quando a cesta básica absorve uma fatia maior do salário mínimo, os reflexos atingem diretamente o dia a dia das famílias. Com mais recursos destinados à alimentação, reduz-se a capacidade de consumo em outras áreas essenciais, como transporte, vestuário, saúde, educação e lazer.
Diante desse cenário, especialistas recomendam atenção aos preços, pesquisa de mercado e o aproveitamento das quedas para estocar itens não perecíveis.
Sobre a pesquisa
A pesquisa da Cesta Básica de Santiago é realizada mensalmente por Isadora Pretto Reis, bolsista do PIIC/URI, sob orientação do Professor Marcos Vinicios M. Machado, do Curso de Administração da URI Santiago.
O boletim completo do mês de outubro pode ser acessado abaixo.
Galeria de arquivos
REL cesta basica de OUTUBRO.pdf

