Na manhã desta quinta-feira (4), a Polícia Civil cumpre 16 mandados de prisão em Passo Fundo, através da Operação Consortium II. A ofensiva apura golpes praticados por empresas de consórcio.
Em entrevista coletiva na cidade de Passo Fundo, o diretor da 21ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (21ªDPRI), delegado Guilherme Milan Antunes, explicou que entre os alvos dos mandados estão três policiais militares. Segundo a investigação, os suspeitos faziam a segurança do envio de malotes quando estavam a paisana.
A ação desta quinta-feira é a segunda fase da Operação Consortium, que teve início em São Francisco de Assis, , a partir da denúncia de quatro vítimas que relataram adquirir consórcios supostamente contemplados de uma mulher de Passo Fundo.
ESQUEMA
Guilherme Milan Antunes, explicou que o esquema criminoso se estende com ramificações pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Amazonas e Minas Gerais, sendo especializado em estelionatos mediante falsas cotas de consórcio contempladas e promessas de contemplação rápida.
Segundo o delegado Marcelo Batista Clerici, titular da DP/São Francisco de Assis, as vítimas incluem produtores rurais, empresários, autônomos e pessoas em situação de extremo sofrimento econômico, muitos deles atingidos por eventos climáticos recentes. Vítimas das enchentes que devastaram o RS em 2024 e produtores rurais gravemente atingidos pelas secas recorrentes no estado também foram atingidos pelo grupo criminoso, que se aproveitava da fragilidade emocional e financeira dessas famílias.
A polícia estima um prejuízo de R$ 30 milhões contra as vítimas, moradoras do Rio Grande do Sul e de outros Estados brasileiros. Durante a ação, a polícia apreendeu 40 carros de luxo com valor estimado em R$ 15 milhões, além de pedir o bloqueio de imóveis e criptomoedas no valor de R$ 170 milhões.
PRIMEIRA ETAPA OPERAÇÃO CONSORTIUM
Em outubro, a primeira etapa da ação prendeu cinco pessoas e cumpriu seis mandados de buscas e apreensão em diversos endereços do município, com recolhimento de aparelhos celulares, um veículo Volvo, bolsas de luxo, aparelhos eletrônicos, R$ 41 mil em espécie e uma pistola bersa calibre 380.
A Polícia Civil também pediu o bloqueio de mais de R$ 2,8 milhões, além do sequestro de veículos do grupo criminoso.

