Com a proximidade da Páscoa, aumenta a procura pelos ovos de chocolate. A iguaria remete ao significado de liberdade, esperança e é unanimidade entre a maioria dos consumidores. No entanto, diabéticos ou intolerantes à lactose ou ao glúten devem ficar atentos às informações dos rótulos.
Desde 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu que a rotulagem nutricional deve estar fixada na parte da frente dos produtos, com o uso de uma lupa para chamar a atenção quanto ao conteúdo de alguns ingredientes, como os altos teores de açúcares totais e de gordura saturada. O objetivo é promover o consumo consciente e favorecer melhores escolhas com base nas informações descritas.
A professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (PR), Jacqueline Zanella, explica que mesmo os diabéticos ou quem tem restrições alimentares pode se deliciar com os ovos de chocolates, seguindo alguns cuidados básicos.
Diabéticos
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional.
Para elas, a nutricionista explica que a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 429/2020 do Ministério da Saúde determina que os rótulos precisam informar a quantidade de gorduras, açúcares e sódio. Se possuírem esses ingredientes, devem conter selos bem visíveis de zero açúcar, zero gordura ou zero sódio.
“Grande parte dos alimentos industrializados tem pelo menos um desses três componentes. No caso dos chocolates para diabéticos existem os sabores amargo e meio amargo com maior proporção de flavonoides, que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que trazem benefícios à saúde. O ideal é que a iguaria tenha 60% ou mais de cacau em sua composição”, explica Jacqueline Zanella.
Os chocolates ao leite ou branco devem ser evitados pelos diabéticos. “Como possuem grande proporção de açúcar e gordura em sua composição, prejudicam o controle glicêmico”, complementa a nutricionista.
Intolerâncias
A intolerância à lactose é um distúrbio digestivo associado à baixa ou nenhuma produção de lactase (açúcar do leite) pelo intestino delgado. Os pacientes sofrem com dores abdominais, desconfortos intestinais e – assim como no caso da intolerância ao glúten – precisam de uma cozinha exclusiva – dos talheres às panelas – para que nenhum traço de leite se misture à sua alimentação.
No caso de restrição à lactose, a norma estabelece que os rótulos de alimentos que contenham essa substância devem indicar sua presença, conforme as disposições do regulamento. Também estipula que os rótulos de alimentos cujo teor original de lactose tenha sido alterado devem informar o teor de lactose remanescente, conforme as disposições do regulamento.
Intolerantes ao glúten / celíacos
A doença celíaca é causada pela intolerância permanente ao glúten – principal fração proteica presente no trigo, no centeio, na cevada e na aveia – e se expressa por inflamação das células intestinais em indivíduos geneticamente predispostos, comprometendo a absorção de nutrientes.
Entre os principais sintomas da doença celíaca estão diarreia crônica (por mais de 30 dias), prisão de ventre, anemia, falta de apetite, dor abdominal, entre outros incômodos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1% da população mundial tem a doença celíaca. No Brasil, isso representa cerca de 2 milhões de pessoas.
“Geralmente os chocolates para celíacos são feitos à base de manteiga pura de cacau, zero lactose e zero açúcar. É preciso ficar de olho nesses detalhes, que devem estar contidos nas embalagens”, ressalta a professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Integrado, Jacqueline Zanella.
“Privar-se de comer chocolate não é necessário. Mas controlar a quantidade e a frequência de consumo faz toda a diferença. Para tal, é importante comer com atenção”, complementa Jacqueline.