O lote com as 59,1 mil doses de vacinas para as crianças de cinco a 11 anos chegou na tarde desta sexta-feira ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, após alterações de horário. Conforme informou o Palácio Piratini, a logística do envio precisou ser ajustada pelo Ministério da Saúde depois de registrados casos de Covid-19 na tripulação de um voo. A vacinação infantil começará na próxima quarta-feira. dia 19, das 8h às 17h, em sete unidades de saúde da Capital.
A imunização também acontecerá simultaneamente no restante do Rio Grande do Sul. O esquema vacinal será composto por duas doses da vacina Pfizer destinada ao grupo infantil, com intervalo de oito semanas (56 dias) entre as aplicações das doses de 0,2 ml (equivalente a 10 microgramas). A tampa do frasco da vacina será na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e também pelos pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para serem vacinadas.
Em Porto Alegre, 120 mil pessoas se enquadram no público-alvo. “Na realidade, vacinar as crianças é tão importante quanto imunizar os adultos considerando que quanto mais pessoas vacinadas nós tivermos, haverá diminuição na proporção de vírus circulante”, explica a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Cynthia Molina Bastos. “Ainda que as crianças não sejam os grupos que mais internem ou tenham quadros graves, como temos muitas no mundo, sempre acontecerá de algumas crianças terem algum caso grave. A maioria estando vacinada protegerá inclusive as não vacinadas ou que não possam se vacinar por alguma questão de saúde também”, acrescentou a especialista.
Não está definido ainda quais as quantidades das doses que serão destinadas para a Capital e para os municípios do interior do Estado. O repasse para essas cidades será feito na segunda e na terça-feira. As doses ainda precisam ser separadas pela Central Estadual de Distribuição e Armazenamento de Imunobiológicos (Ceadi). Até lá, os municípios trabalharão na estrutura das salas de vacinas para garantir a segurança das crianças e familiares. “A decisão de vacinar as crianças não pode passar só pelo olhar individual. É preciso ter a visão do conjunto, pois onde as crianças estão vacinadas, os idosos ficam também mais protegidos”, salienta Cynthia Molina Bastos.
Ordem de vacinação
O primeiro público contemplado com a vacina será de crianças entre cinco e 11 anos com comorbidades (como diabetes, hipertensão, asma ou meninos e meninas imunossuprimidos), ou com alguma deficiência permanente. No segundo grupo, aparecem crianças indígenas e quilombolas, enquanto fazem parte do terceiro aquelas que vivem em lares com pessoas com alto risco para evolução grave da doença. Por sua vez, no quarto grupo, estão as crianças sem comorbidades por ordem decrescente de faixa etária.