A situação dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro é bem complicada. A rede televisiva e suas afiliadas, que detêm a maior parte dos direitos de transmissão da competição, podem não honrar com os compromissos.
A justificativa é a pandemia do novo coronavírus, que interrompeu o futebol no país e deve impedir o início do Brasileirão, que seria em maio. Para a Dupla Gre-Nal, o não pagamento das cotas de TV nos prazos acordados representaria mais um golpe fortíssimo nas já combalidas finanças dos dois principais clubes gaúchos.
O dinheiro da TV referente ao Brasileirão deveria começar a entrar nos clubes este mês, com exceção daqueles que solicitam − e foram atendidos− um adiantamento. Esse, porém, não é o caso nem do Inter, nem do Grêmio. Ou seja, em tese, neste momento, não há atraso algum referente à principal competição do futebol nacional. “Não podemos falar sobre algo que ainda não existe. Porém, creio que é uma possibilidade concreta, principalmente se o Campeonato Brasileiro não for retomado”, enfatizou o 1º vice-presidente do Inter, Alexandre Chaves Barcellos.
Conforme o acordo, os depósitos seriam mensais, drenando o fluxo de caixa dos clubes. Inter e Grêmio, cada um, recebem mais de R$ 100 milhões da TV. No caso do Inter, os direitos para TV fechada foram vendidos para o grupo Turner, que também está ameaçada, mas representa cerca de 20% desse valor. Sobre o Gauchão, a emissora promete pagar a quarta e última parcela quando, e se, a competição for retomada. Inter e Grêmio ainda têm a receber R$ 2,8 milhões pelo regional.